quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Eu não conseguiria traduzir tão bem o que este jovem jornalista percebeu

Quinta-feira, 16 de Outubro de 2008

Onde vamos parar?

Como estou sem TV no apartamento aqui em Florianópolis, fico me atualizando somente pelo que vejo na WEB. Não sei até que ponto isso é bom ou ruim, mas hoje fiquei impressionado com alguns fatos noticiados.


Quando vi no G1 um seqüestro que já dura 3 dias meu primeiro pensamento foi: Caramba, deve ser seqüestro das FARC (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas).

Não! Foi o Lindemberg Alves, um cara com a minha idade (22), que está armado e mantendo refém a ex-namorada, Eloá, de 15 anos, em Santo André (SP). Como? 15 anos? Eu li isso direito? E o seqüestro começou na segunda-feira, 13!

Pra completar o absurdo total da questão, a Globo exibiu ontem e hoje uma entrevista com o ‘sequestrador’. Como assim entrevista com o sequestrador? Quem foi a mente “brilhante” que pensou em colocar no ar o Lindemberg?

Ninguém na Redação da Globo em São Paulo pensou que isso poderia interferir nas negociações, deixar o seqüestrador auto-confiante, prolongar o seqüestro, ou até levar o cara ao desespero final e matar a menina?

A entrevista foi de uma irresponsabilidade absurda. Irresponsabilidade com o fato, com a ética jornalística, com as vítimas e as famílias dos envolvidos. O único compromentimento da Globo foi com a audiência e os retornos que isso pode trazer.
Foto: Folha


É como se a emissora dissesse pra menina de 15 anos: “Olha nós não estamos nem um pouco preocupados com a sua integridade física. Agora você é um fato! E se você morrer, daqui há um ano nós faremos uma reportagem especial lembrando o caso!”.


A cobertura do caso ainda usou de proposições pejorativas, ressaltando que o Lindemberg não é paulista e sim paraibano, num claro preconceito com os imigrantes nordestinos. Isso é realmente relevante pra entender o fato?


Não quero aqui dar uma de Observatório da Imprensa (deixo isso pro Alberto Dines e pra minha amiga Becca), até porque não tenho bagagem intelectual nem pessoal pra isso. Quero só afirmar a posição de um profissional de jornalismo frente à uma cobertura mal feita e, na minha concepção, irresponsável.

Um comentário:

Anônimo disse...

E você não viu nada, na tarde de terça feira a Rede TV entrou ao vivo com o sequestrador ao telefone, a Rede Record fez o mesmo, a única que até agora mencionou que não faria para não intereferir nas negociações foi a Bandeirantes, mas nas outras o sequestrador já é STAR! Cada vez que ele faz acordo com polícia para se entregar e uma emissora dá espaço para ele aparecer, ele desiste. Até eu!

Mudando de assunto, que vergonha que o PT promoveu em São Paulo e Porto Alegre!