sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Já começaram as cagadas

O "Blagogate", o caso do governador Rod Blagojevich, do Estado do Illinois, apanhado em escutas telefonicas a tentar literalmente vender a nomeação do lugar no Senado federal que ficou vago com a eleição de Barack Obama para Presidente, não tem novos factos todos os dias, porque o Ministério Público divulgou as 76 páginas da queixa logo após a detenção do governador. Mas a Imprensa nacional continua muito atenta até para compreender em que ambiente se formou o Presidente-eleito, que fez a sua vida política em Chicago. O New York Times dá-lhe título principal - "Pedidos para que o governador se demita por causa do escândalo do lugar no Senado" - porque Obama foi um dos que já disse que o governador, que pelas leis daquele Estado tem o poder de nomear um novo senador quando o lugar fica vago a meio do mandato, se deve demitir.

Em Chicago, o Sun Times dá a capa à família de Patti, a primeira-dama, que aparece na queixa como estando ao corrente de alguns aspectos do caso para além de haver escutas em que diz palavrões. "Esta não é a Patti que nós conhecemos", dizem o pai e a irmã - o pai é um político local com influência, que o ajudou a ser eleito mas depois cortou relações com ele. O Tribune, o jornal em que "Blago", ainda segundo as escutas, quis calar jornalistas que o atacavam, escreve "Sob pressão", porque o cerco se aperta.

Mas é interessante perceber Obama neste contexto e a verdade, recorda John Fund, colunista do Wall Street Journal, é que, apesar de ter apoiado legislação no seu Estado anti-corrupção, nunca denunciou nada em Chicago, que é vista como uma das zonas com maiores níveis de corrupção política. E ele e Rahm Emanuel, seu futuro chefe de gabinete na Casa Branca, foram dos que mais ajudaram "Blago" a ser eleito governador pela primeira vez, pela ligação a Emil Jones, um dos mais poderosos políticos do Illinois e com quem Obama se aliou para chegar a senador. Ontem Obama respondeu aparentemente sem problemas a perguntas dos jornalistas sobre o caso. Mas há ali um potencial embaraço.

Manuel Queiroz
Jornalista


Coment.: mas já larga se explicando! Nem assumiu e já boiam soretes.

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